Dados do Trabalho
Titulo
CARCINOMA BASOCELULAR (CBC) MICRONODULAR EM DORSO NASAL COM INVASAO PERINEURAL
Introdução
Os CBC são a neoplasia maligna mais comum e com incidência global crescente. Ainda que a sua maioria seja facilmente curada, os tumores de alto risco necessitam de atenção especial. A invasão perineural é uma via independente de disseminação tumoral. Em CBC a incidência é baixa, mas aumenta em casos avançados. Este caso traz uma lesão de CBC diminuta, porém já com invasão perineural.
Relato de caso
Mulher de 65 anos, hipertensa e diabética, imunocompetente, com histórico de fotoexposição moderada sem fotoproteção, sem histórico pessoal ou familiar positivo para neoplasias prévias, com queixa de pápula eritematosa em dorso nasal (não sabe há quanto tempo) no ambulatório de oncodermatologia do Serviço de Dermatologia Dr. Günter Hans. À ectoscopia, pápula eritematoacastanhada em dorso nasal de cerca de 0,5 cm, fotodano moderado e sem linfonodos palpáveis. À dermatoscopia, lesão de aproximadamente 5 mm, com vasos arboriformes focais e presença de ninhos ovoides azul acinzentados. Biópsia incisional: CBC micronodular, com espessura tumoral máxima de 3,9 mm, atipia celular moderada, paliçada periférica bem formada, com invasão perineural e margens comprometidas. Alto risco patológico, segundo National Institute For Health and Care Excellence. Paciente foi encaminhada para oncologia cirúrgica e realizou exérese tumoral sem outros tratamentos e segue em observação semestral. Até o momento, sem sinais de recidiva local.
Discussão
Recentemente, a invasão perineural foi reconhecida como uma via de disseminação tumoral independente das vias linfática e hematógena. Em geral, a incidência da invasão perineural em carcinomas basocelulares descrita na literatura fica abaixo de 1% e normalmente está associada a casos avançados. A relação entre as características patológicas clínicas e invasão perineural não foi ainda completamente esclarecida. Os tumores de pele com invasão perineural são diagnosticados mais frequentemente no gênero masculino, na zona de alto risco da face, em lesões maiores e recorrentes e também em subtipos agressivos, como o esclerodermiforme e basoescamoso. Assim, torna-se importante documentação de casos como este relato.
Área
Dermatologia
Autores
Marina Franco Panovich, Isabelli Seragini Squiapati Gonzalez, Heloide Marcelino, Maryam Buainain Tadei, João Pedro Fukushiro de Castro